O mandarim e a imersão na cultura chinesa podem mudar seus planos
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O mandarim e a imersão na cultura chinesa podem mudar seus planos

Kamylla, mestre em Engenharia de Dados, começou a estudar mandarim no Clube de Chines durante a pandemia, como uma forma de se distrair das muitas emoções ligadas às restrições que surgiram com o início da pandemia de Covid-19.

Os conhecimentos e novos horizontes que vieram com o início dos estudos de mandarim trouxeram uma nova empolgação para sua vida, resultando até mesmo em uma mudança de planos: ao invés de seguir com a ideia de ir para a Alemanha, Kamylla decidiu realizar um intercâmbio na China e dar continuidade no seu mestrado em Xangai. Infelizmente, estes planos foram interrompidos devido ao fechamento das fronteiras durante a pandemia de Covid-19.

Devido a esse imprevisto, ela optou em permanecer no mestrado atual e ir para a Alemanha terminar sua pesquisa. Posteriormente, seu objetivo é aplicar para uma bolsa de doutorado em uma universidade chinesa, para dar continuidade à sua carreira acadêmica.

O mandarim e a imersão na cultura chinesa vão mudar seus planos

Estudar mandarim te prepara para diversos desafios

Durante uma de suas viagens à Europa, já um pouco desconectada dos estudos de mandarim, passou por interações muito interessantes com chineses, o que a devolveu o estímulo para retomar seu ritmo de estudos. 

Uma dessas ocasiões foi quando, ao visitar um restaurante chinês, se deparou com um desafio: precisava falar mandarim para se comunicar com os funcionários do local. A interação foi incrível, os funcionários foram receptivos e calorosos, e rendeu até mesmo novas amizades que viriam a ser fontes de desenvolvimento e familiaridade com o idioma.

O segundo desafio com o mandarim, ainda na Europa, foi quando ela encontrou um homem no trem e, ao pedir informações sobre um problema no trajeto, mencionou que falava pouco alemão e que seu mandarim era melhor. O homem, chinês de Pequim, surpreso, começou a falar em chinês com ela e, entre falhas na comunicação por conta do sotaque do mesmo e de uma falta de fluência em um idioma e outro, deu início também a uma nova amizade.

Ficou muito nítida a diferença entre a hospitalidade das nacionalidades que teve a oportunidade de conhecer. Enquanto na Europa boa parte das pessoas preferia sempre falar em inglês e nem mesmo questionava se Kamylla sabia ou não o idioma nativo do local, os chineses com quem se encontrou no caminho foram imediatamente receptivos e amigáveis com ela. Esse foi um grande motivo de mudança em seus planos, dando a ela a sensação de que a China pudesse ser de fato o lugar certo para ela buscar sua formação futura e dedicar sua carreira.

Todas essas amizades feitas ao longo do caminho foram de grande importância para o desenvolvimento da sua familiaridade com o mandarim, especialmente o desenvolvimento da técnica de leitura, pois a ajudou a ter maior contato com o idioma fora das aulas.

Estudos e imersão na cultura chinesa

Apesar de já ter sido aprovada no HSK2, a aplicação para a bolsa de doutorado oferece novos desafios, como a exigência da aprovação no HSK5 por algumas universidades, um nível muito mais desafiador e que requer uma dedicação bem maior aos estudos. Ao voltar para o Brasil, Kamylla mudou seu foco de estudo e passou a dedicar-se mais ao mandarim e ao HSK

Aqui no Brasil, passou por outras situações com o idioma, como quando tentou comprar um bolinho da lua – 月饼 (yuè bǐng) e o vendedor negou-se a vender para ela, alegando que talvez ela não fosse gostar do bolinho. Sem muita argumentação, ela aceitou a situação e acabou levando um bolinho “abrasileirado”.

Depois desse episódio, Kamylla tornou-se frequentadora da padaria chinesa localizada na rua da Glória, que ficou muito popular no TikTok e é muito frequentada por brasileiros. Além dessa padaria, o Hot Pot também se tornou uma tendência nas redes sociais, e uma boa opção de restaurante chinês para uma experiência completa de imersão na cultura chinesa é o “Figueirinha”, também na rua da Glória, em São Paulo.

A conexão com a cultura chinesa no estudo de mandarim

A jornada de Kamylla ilustra a capacidade transformadora do aprendizado de um novo idioma e a imersão em uma nova cultura. Desde os desafios enfrentados durante a pandemia até as interações enriquecedoras durante suas viagens, Kamylla demonstrou resiliência e determinação em sua busca pelo domínio do mandarim e pela compreensão mais profunda da cultura chinesa.

Suas experiências destacam não apenas a importância do domínio técnico do idioma, mas também a valorização das conexões humanas e da compreensão intercultural. Ao enfrentar obstáculos e abraçar novas oportunidades, Kamylla descobriu novos horizontes e possibilidades para sua vida pessoal e acadêmica.

Assim, Kamylla demonstrou ser não apenas uma estudante dedicada, mas também como uma exploradora corajosa, pronta para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que surgem em sua jornada de aprendizado e descoberta.

A história de Kamylla demonstra como podemos ter essa imersão na cultura chinesa e falar mandarim em diferentes situações, mesmo longe da China. Para assistir à entrevista completa, acesse o vídeo no Canal do Clube de Chinês

Sara Fabiano
Sara Fabiano
Brasileira, poliglota, graduanda em Relações Internacionais pela UNESP, formada em Ensino de Mandarim Para Estrangeiros pela Universidade de Hubei, na China.

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3 Comentários

    1. Que ótimo saber que você gostou do conteúdo! Ficamos felizes em contribuir para o seu aprendizado e estamos ansiosos para vê-lo progredir ainda mais nos estudos. Continue acompanhando o blog, pois em breve vamos publicar mais conteúdos sobre.

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